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Revitalização dos gêneros clássicos na literatura brasileira contemporânea: O exemplo do escritor Wilson Bueno

Nas últimas décadas do século XX, como também na primeira do XXI, a literatura contemporânea ibero- americana vive um renascimento dos gêneros clássicos relacionados com o mundo animal, natural e fantástico. Trata-se principalmente de dois gêneros dídatico-morais, a fábula e o bestiário, os quais no contexto pós-moderno sofrem diversas alterações, desviam-se do modelo original e em vez de oferecer um ensinamento moral presentam visões humorísticas o satíricas (Carnes). Este trabalho tem como objetivo analisar duas obras do reconhecido narrador e cronista paranaense Wilson Bueno (1949-2010), Manual de zoofilia (1991) e Jardim zoológico (1999) que por seu aspecto estrutural podem ser classificados como bestiário já que reúnem os requisitos básicos do gênero: descrição, colecção e alegoria (Noguerol Jiménez). A seguir nos propomos estudar o conjunto Cachorros do Ceu (2005) formado por vinte e três contos sobre animais, próximos à fábula. Após termos estabelecido como esse gênero literario se constitui, passamos a contrastar as fábulas de Bueno com a fábula tradicional. Com a sua linguagem poética e digressões ensaísticas, Wilson Bueno atualiza esses dois formatos genéricos recuperados da Idade Antiga e cria uns textos híbridos, produto da sua imaginação e de uma mistura de referências culturais heterogêneas de diferentes tempos e espaços. O presente estudo oferece a abordagem e comentario dos aspectos referidos e presenta as obras do autor brasileiro como exemplos paradigmáticos dos bestiarios e fabularios pós-modernos.

fábula ; bestiario ; Wilson Bueno ; pós-modernidade

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